Dados do Trabalho
Título
MEDIASTINITE FIBROSANTE ASSOCIADA A PSEUDOQUILOTORAX: UM RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
Introdução: A mediastinite fibrosante é uma doença fibroinflamatória rara que acomete o mediastino e está associada a fatores desencadeantes com epidemiologia geográfica variável. Apesar frequentemente idiopática, destacam-se como etiologias infecções pregressas por Histoplasma capsulatum e Mycobacterium tuberculosis, sobretudo em locais cuja infecção por esses organismos é endêmica, como a cidade do Rio de Janeiro.
Objetivos
Objetivos: Apresentar um caso de mediastinite fibrosante e discutir a associação com pseudoquilotórax.
Delineamento e Métodos
Delineamento e métodos: Relato de caso.
Resultados
Resultados: Paciente masculino, 56 anos, negro, hipertenso, diabético, natural do Rio de Janeiro, reside em casa de alvenaria coabitada por morcegos. Encaminhado a hospital terciário para investigação de perda ponderal de 21 kg em 12 meses associada a dispneia aos moderados esforços, disfagia de condução e precordialgia não anginosa há cerca de 2 anos. A investigação inicial com tomografia de tórax evidenciou espessamento tecidual no mediastino médio de aspecto infiltrativo, com envolvimento da traqueia distal, brônquios principais, interlobares e lobares, rechaçando parede anterior da carina associado a linfonodos proeminentes pericardiofrênicos posteriores e derrame pleural à direita, com espessamento dos septos e folhetos pleurais - aspecto sugestivo de mediastinite fibrosante. Procedeu-se com toracocentese com saída de líquido leitoso à macroscopia cuja análise demonstrou LDH 10.720 IU/L, glicose 12 mg/dL, proteínas 9,9 g/dL, colesterol 223 mg/dL e triglicerídeos 117 mg/dL, interpretado como pseudoquilotórax. Realizada, ainda, broncoscopia e biópsia pleural para extensa investigação etiológica negativa para fungos ou micobactérias. O painel autoimune foi negativo, bem como pesquisa de doença relacionada ao IgG4.
Conclusões/Considerações Finais
Considerações Finais: A mediastinite fibrosante foi atribuída a empiema pleural crônico, traduzido por pseudoquilotórax, o que sugere processo infeccioso prévio, sem infecção ativa, de etiologia desconhecida. Em região endêmica para histoplasmose e tuberculose como o Rio de Janeiro, deve-se manter alto grau de suspeição e rastreio de contactantes a fim de evitar danos correlatos como mediastinite fibrosante, de tratamento frustro.
Palavras Chave
Mediastinite fibrosante, pseudoquilotórax, empiema pleural crônico
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE GUINLE - UNIRIO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
LARISSA BRANDAO DA ROCHA REBELO, JULIA CASCARDO GEO DE SIQUEIRA, PAULA MELICHAR SUASSUNA, TALI SCHEINKMAN BAND, LUIZA GONDIM TOLEDO