Dados do Trabalho

Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA VIOLENCIA CONTRA A PESSOA IDOSA NO CENARIO POS-PANDEMICO.

Fundamentação teórica/Introdução

Estabelecida como objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados, a violência contra a pessoa idosa e seu aspecto epidemiológico no cenário pós pandemia por COVID-19, mostram-se de grande relevância para a prática clínica, devido às suas repercussões físicas e psicológicas.

Objetivos

Analisar, sob a perspectiva médica, os dados epidemiológicos relacionados à violência contra a pessoa idosa durante o contexto pós-pandêmico.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de aspecto transversal, realizado com base em consulta ao Painel de Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, com enfoque nas denúncias realizadas relativas à violência contra o idoso no período de 2021 a 2023.

Resultados

No ano de 2021, das 309.523 denúncias totais, 80.727 (26,27%) foram acerca de violência contra a pessoa idosa, de modo que o mês de janeiro, apresentou o maior índice, com 7.720. Em 2022, no 1º semestre, apesar da redução percentual para 23,27%, as denúncias associadas a esse grupo totalizaram 44.458. Já no 2º semestre, foram contabilizadas ao todo 188.246 denúncias totais, das quais 51.496 (23,61%) foram correspondentes à violência ao idoso. Sendo assim, houve um crescimento de cerca de 19% no número de denúncias de 2021 para 2022. De acordo com os dados relativos ao 1º semestre de 2023, foram relatadas 65.331 (22,78%) de 244.717 denúncias totais, envolvidas com violação dos direitos da pessoa idosa, evidenciando uma elevação de aproximadamente 27% tendo em vista o semestre passado.

Conclusões/Considerações Finais

Diante dos dados, evidencia-se o progressivo e importante aumento das denúncias relacionadas à violência contra a pessoa idosa no período pós-crise sanitária de COVID-19. Dessa forma, demonstra-se a necessidade da análise de aspectos clínicos que levem à suspeita de tais abusos, que, no âmbito da saúde, tendem a ficar mais evidentes na consulta médica. Nesse sentido, o profissional a todo momento deve observar sinais relacionados a aspectos comportamentais, psicológicos, físicas e, assim realizar a notificação da maneira mais adequada, contribuindo para a melhora efetiva desse cenário e proteção deste grupo tão vulnerável. Ademais, aponta-se a importância da disponibilização pelo Ministério da saúde de dados de notificação atualizados para análises mais consistentes.

Palavras Chave

Abuso de Idosos; COVID-19; Epidemiologia.

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