Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO DE TUBERCULOSE PERITONEAL EM UMA PACIENTE DE MANAUS, CAPITAL AMAZONENSE.

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose (TB) é uma doença que afeta grande parte do Brasil sendo o Amazonas o Estado com a maior incidência no número de casos no país. O acometimento peritoneal é raro, com cerca de 1 a 2% dos casos de TB no mundo. A doença supracitada é causada pela Mycobacteriacea tuberculosis, com sinais e sintomas inespecíficos dificultando o diagnóstico, o qual é realizado através de biópsias da região peritoneal.

Objetivos

Relatar um caso de Tuberculose Peritoneal no Estado do Amazonas (AM).

Delineamento e Métodos

Foi utilizada a modalidade de relato de caso, retrospectiva e observacional através de atendimentos e revisão do prontuário.

Resultados

Paciente, sexo feminino, 34 anos, sem comorbidades, casada, parda, vendedora, procedente de Parintins-AM, dá entrada no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio com história de inicio há 2 meses evoluindo com fadiga, sonolência, febre diária não aferida com calafrios de maior ocorrência no final da tarde, dispneia aos grandes esforços (para subir ladeiras ou escadas), aumento progressivo do volume abdominal, associada à dor difusa na região e perda ponderal de 7 quilos em 2 semanas. Foi, então, transferida para a Fundação Hospital Adriano Jorge para elucidação diagnóstica onde fora internada dando início ao esquema terapêutico com ceftriaxona, devido alta suspeita de Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE). Além disso, foi submetida também a exames laboratoriais, de imagem, endoscópicos, todos sem alterações. Realizada paracentese guiada por ultrassom com drenagem de líquido de aspecto amarelo citrino e com GASA menor que 1,1 gramas por decilitro. O material coletado foi encaminhado para análise micológica tendo como resultado teste rápido molecular para TB positivo. Após, foi iniciado de imediato o tratamento para TB peritoneal (Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z), Etambutol (E) – RHZE), e obtendo melhora gradativa dos sintomas. Ao sexto dia do início, a paciente evoluiu com aumento das enzimas canaliculares, icterícia e leucocitose, necessitando de suspensão do tratamento até a resolução da alteração hepática. Após 5 dias, com melhora da hepatotoxicidade, reintroduziu-se o esquema RHZE gradativamente, um a um, até atingir o esquema completo. A paciente evoluiu com melhora clínica gradativa recebendo alta hospitalar da unidade, com receita e encaminhamento ambulatorial para continuidade do tratamento.

Conclusões/Considerações Finais

A TB peritoneal é uma doença de difícil diagnóstico e alta taxa de morbimortalidade. Em áreas endêmicas como o Amazonas, se faz importante a suspeita.

Palavras Chave

Palavras-chave: tuberculose; tuberculose peritoneal; peritonite bacteriana; ascite; Amazonas; áreas endêmicas.

Arquivos