Dados do Trabalho
Título
MIASTENIA GRAVIS TARDIA APOS INFECÇAO POR COVID-19: RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
Introdução: A Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune onde a produção de autoanticorpos contra o receptor nicotínico de acetilcolina leva à redução dos impulsos nervosos responsáveis pelos potenciais de ação muscular e origina os sintomas de fraqueza muscular. Devido a esta etiologia autoimune, em um cenário de infecções virais, esses distúrbios neurológicos podem se intensificar
Objetivos
Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever um quadro de MG tardia desencadeada pelo vírus da COVID-19.
Delineamento e Métodos
Métodos: O presente estudo é um relato de caso. Utilizou-se a base de dados Pubmed, com artigos dos últimos 10 anos e os descritores para a revisão bibliográfica.
Resultados
Relato de caso: Paciente F.A., 68 anos, sem sintomas neurológicos prévios, apresentou COVID-19 em dezembro de 2020 necessitando de internação. Nesta circunstância, descobriu-se um timoma através de radiografia de tórax e foi realizada timectomia. Aproximadamente 4 meses após infecção pelo COVID-19, cursou com ptose palpebral e disfagia, necessitando de re-internação, onde
foi levantada a suspeita de AVC, no entanto, evidenciou-se exame de anticorpo Anti-RACh positivo, além de tomografia de crânio com focos de alteração de sinal comprometendo a substância branca periventricular e subcortical frontoparietais bilaterais e evidências de involução volumétrica dos hemisférios cerebrais com predomínio parietal e calcificado cortical junto ao giro parietal superior esquerdo. Assim, definiu-se o diagnóstico de MG e, o manejo com imunoglobulina intravenosa por 5 dias e fisioterapia foram iniciados. Após 2 dias de alta, retornou com piora dos sintomas, necessitando de nova timectomia e uso de imunoglobulina intravenosa, apresentando melhora dos sintomas e estabilidade desde então. Atualmente, em uso diário de piridostigmina e azatioprina.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusão: Devido ao papel intensificador das infecções virais sobre os distúrbios neurológicos autoimunes, no advento pandêmico do COVID-19, alguns eventos foram registrados. Na MG, o SARS-CoV2 promove um descompasso entre os anticorpos que iriam atacar o vírus e, de maneira cruzada, reagem com as subunidades RACh devido à disseminação dos epítopos e da semelhança com os componentes da junção neuromuscular. Assim, conclui-se que é preciso atentar-se no diagnóstico de Miastenia Gravis à possível relação com infecções virais como da COVID-19, precavendo erros diagnósticos e de conduta a fim de beneficiar o prognóstico do paciente.
Palavras Chave
Descritores: Miastenia Gravis; COVID-19 e Doença Autoimune
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Univille - Santa Catarina - Brasil
Autores
CAROLINA FERNANDA MIKOLAIEWSKI ECHTERHOFF, MAYARA TSZESNIOSKI MAÇANEIRO, ED CLESO PEREIRA DE SOUZA FILHO, MILINE WEIS BECKER, EDUARDO FRANCISCO DE SOUZA DA ROSA