Dados do Trabalho

Título

SINDROME DE GUILLAIN-BARRE EM PACIENTE COM INFECÇAO POR CITOMEGALOVIRUS: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença autoimune rara, caracterizada por uma polirradiculoneuropatia inflamatória aguda. Em 70% dos casos é precedida por doenças infecciosas. No Brasil, usualmente é associada à enterite por Campylobacter jejuni e infecções por arbovírus.  A SGB como complicação de infecção por citomegalovírus (CMV) é pouco descrita.

Objetivos

Relatar um caso de Síndrome de Guillain-Barré associada à infecção por Citomegalovírus.

Delineamento e Métodos

Trata-se de relato de caso, com informações obtidas por análise de prontuário médico e revisão bibliográfica.

Resultados

Paciente masculino, 40 anos, hipertenso, natural e procedente de Cuiabá-MT, vigilante de fazenda, sem história recente de diarreia, arbovirose ou vacinação, com início súbito de parestesia e fraqueza distal de membros inferiores. Ao longo de 15 dias, evoluiu com fraqueza de membros superiores, constipação intestinal, disfagia e impossibilidade de deambular, o que motivou ida ao serviço médico. Á admissão, exame neurológico com tetraparesia flácida, hiporreflexia generalizada e hipoestesia em botas, sem nível sensitivo ou reflexo cutâneo-plantar extensor. A avaliação da força muscular pela escala do Medical Research Council (MRC) foi de grau 2 proximal e 4 distal nos membros superiores, e grau 2 proximal e 1 distal nos membros inferiores. A análise do líquor demonstrou aumento acentuado de proteínas e celularidade normal. As sorologias para infecções sexualmente transmissíveis, Epstein Barr e Herpes Simples foram negativas. A sorologia para CMV foi reagente, com IgG superior à 500 U/ml e IgM 1.8 U/ml. A carga viral de CMV no plasma foi de 565 cópias/ml. Diante da hipótese de SGB, realizado imunoglobulina G humana intravenosa por cinco dias, com dose total de 2g/kg. O paciente evoluiu com melhora neurológica expressiva, apresentando após 10 dias do término do tratamento, força grau 4 proximal e distal nos quatro membros.

Conclusões/Considerações Finais

No caso descrito, não havia desencadeantes comuns de SGB na história clínica, sendo investigado outros possíveis fatores. Neste contexto, a sorologia para CMV foi reagente, com altos títulos de IgG e carga viral no plasma superior à 500 cópias/ml. Entretanto, há poucos estudos no Brasil sobre o papel do CMV como fator de risco para SGB, sobretudo nos pacientes imunocompetentes, fazendo-se necessário o maior entendimento da relação destas duas entidades. 

Palavras Chave

Síndrome de Guillain Barré; Citomegalovírus; Infecções

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