Dados do Trabalho
Título
MEDIASTINITE AGUDA PURULENTA NO POS-CIRURGICO DE TRAQUEOPLASTIA DE PACIENTE DE 57 ANOS
Fundamentação teórica/Introdução
A mediastinite aguda tem como principais etiologias: esternotomia após cirurgia de revascularização cardíaca, com taxa de mortalidade de 16,5% a 47% e microrganismo mais frequente Staphylococcus aureus. Em segundo lugar, a perfuração esofágica, causada pela flora orofaríngea, com taxa de mortalidade de 20% a 60%, e, ainda, a mediastinite necrosante descendente, sendo o Streptococcus beta-hemolítico o agente de 71,5% dos casos (VALLINA; et al, 2011). Como os sinais de mediastinite dependem da etiologia, utilizando-se como base os critérios diagnósticos da mediastinite pós esternotomia, encontram-se: presença de febre, dor no peito ou instabilidade esternal juntamente com qualquer um dos seguintes critérios: secreção purulenta da ferida operatória; alargamento mediastinal em estudos de imagem; identificação de microrganismos cultivados a partir de fluido ou tecidos mediastinais; ou evidência histopatológica de mediastinite em amostras de tecido do mediastino (PASTENE; et al, 2020).
Objetivos
Analisar caso de mediastinite aguda pós traqueoplastia em correlação com as principais etiologias, descrever as características clínicas associadas e os patógenos responsáveis.
Delineamento e Métodos
Relato de caso associado à pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico.
Resultados
Paciente V.B.O., 57 anos, quadro prévio de encefalite e traqueostomia em 2011. Internado eletivamente em 21/06/23 para traqueoplastia devido a estenose subglótica. No quarto dia de pós-operatório evoluiu com hematoma em ferida operatória exigindo reabordagem cirúrgica. Nesta, foi constatada erosão da artéria braquiocefálica por provável infecção mediastinal e realizada revisão da traqueoplastia, sendo encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva. Realizado desbridamento e limpeza de anastomose deiscente em 06/07, apresentou saída de grande quantidade de secreção purulenta da ferida operatória. Devido a 3 falhas de extubação, foi realizada nova confecção de traqueostomia em 08/07. As culturas da ferida operatória evidenciaram crescimento de Klebsiella pneumoniae e Citrobacter koseri.
Conclusões/Considerações Finais
A mediastinite pós operatória é predominantemente relacionada a cirurgia de esternotomia com agente causador mais comum o S. aureus, não sendo possível identificar prevalência em decorrência de traqueoplastia. Desse modo, o caso ilustra situação incomum, tanto em razão da etiologia, como das bactérias identificadas (K. pneumoniae e Citrobacter koser) não corresponderem às prevalentes em caso de mediastinite pós cirúrgica conforme a literatura.
Palavras Chave
Mediastinite; Etiologias predominantes; Traqueoplastia;
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Autores
ANNA CLAUDIA LAVORATTI, LAURA POLARINI LACERDA, LUIZA ANDRIOLO, MARIA EDUARDA BEDIN SAROLLI, MARINA POMPEU SMARCZEWSKI