Dados do Trabalho
Título
DIAGNOSTICO PRECOCE EM SINDROME DA RESPOSTA INFLAMATORIA SISTEMICA: RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
Sepse, uma síndrome clínica gerada por desregulação da resposta inflamatória hospedeira à infecção, acarreta lesão celular e disfunção orgânica. Compõe um continuum de gravidade iniciado em infecção não complicada, perpassa sepse, choque séptico, culminando em Síndrome de Disfunção de Múltiplos Órgãos e morte.
Objetivos
Relatar caso de sepse tendo pele como foco primário, expondo condutas e evidenciando a relevância do diagnóstico precoce.
Delineamento e Métodos
Relato de caso retrospectivo observacional, através de dados obtidos do prontuário médico. Para embasamento teórico, utilizou-se base de pesquisa PubMed e Scielo, com descritores “sepse” e “choque séptico”.
Resultados
J.U.A., masculino, 62 anos, cirrótico por álcool Child C, admitido no HMS, Juiz de Fora, em 09/02/2016, relatando dor intensa em ombros, lombar e joelhos há 1 semana, principalmente à esquerda, persistente ao repouso, com piora aos movimentos, associada a melena e hematúria. Nega calafrios, febre e irradiação da dor. Em uso de antibiótico desde 06/02/2016, iniciado em outro serviço de saúde. Ao exame físico: edema ++++/4+ em membros inferiores, hiperemia e lesão ulcerada não secretiva em coxa esquerda, com lesões vesiculares locais coalescentes há 1 semana. Prossegue investigação com manutenção da antibioticoterapia em curso (gentamicina D9 e amoxicilina+ácido clavulânico D14). Bioquímica alterada: hematócrito 33,4%, plaquetas 52100/mm3, PCR 122,8mg/dL; leucócitos 15400/mm3, creatinina 4,9 mg/dL, potássio 5,7 mmol/L. Diante à clínica de erisipela associada a plaquetopenia progressiva e Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica, aventada hipótese diagnóstica de sepse e solicitada vaga em Unidade de Terapia Intensiva. Em 23/02/2016, evolui com abscesso epidural L3-S1 e espondilolistese L5-S1 grau 1 associada a discite, como complicação da disseminação hematogênica do sítio primário, demandando neurocirurgia descompressiva. Após drenagem, iniciou ceftriaxona empírica. Liberada hemocultura mostrando crescimento de Streptococcus anginosus, seguiu-se tratamento sem antibiótico guiado, com manutenção de cefalosporina. Paciente evoluiu a óbito por complicações da sepse.
Conclusões/Considerações Finais
O desfecho positivo depende do diagnóstico precoce e da rápida instituição de antibioticoterapia guiada ou empírica de amplo espectro, prevenindo repercussões sistêmicas e reduzindo mortalidade. Hoje, o escore orientado diante à possibilidade de sepse é a Avaliação de Falha de Órgão Sequencial Rápida (qSOFA), indispensável para propedêutica.
Palavras Chave
“sepse” , “choque séptico”.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Hospital Maternidade Terezinha de Jesus - Minas Gerais - Brasil
Autores
LARISSA FAHEL VAZ, FERNANDA LUCIA VITORINO DE MATTOS , EMILIANA SPADAROTTO SERTÓRIO