Dados do Trabalho
Título
ESTRONGILOIDIASE DISSEMINADA EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO: RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
A estrongiloidíase disseminada é uma forma da parasitose com elevada letalidade relacionada a estados de imunossupressão. A patologia se inicia com larvas espalhando-se pelo organismo em órgãos não pertencentes ao ciclo de vida do parasita. O diagnóstico baseia-se na suspeição de imunossupressão com sintomas pulmonares ou gastrintestinais inexplicados e achado de larvas rabditoides nas fezes, secreções ou em biópsias cutânea, trato gastrointestinal e pulmonar.
Objetivos
Relatar caso de paciente imunossuprimido portador de estrongiloidíase disseminada.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de caso, realizado com informações do prontuário, em um hospital secundário da grande São Paulo.
Resultados
C.F.S, masculino, 52 anos, admitido com disúria e polaciúria há 4 semanas. Apresentou febre, inapetência e perda de peso, sendo diagnosticado com infecção do trato urinário. Etilista, portador de diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica com histórico de acidente vascular cerebral isquêmico há 5 anos.
No dia da internação apresentou dois episódios de diarreia líquida sendo submetido a tomografia computadorizada (TC) de abdome que evidenciou sinais de enterite, optado por iniciar metronidazol. Pela evolução, foi solicitado teste rápido para HIV com resultado positivo, sendo confirmado com ELISA além de contagem de carga viral (121524 cópias/ml) e CD4 (64 cels/mm3).
Evoluiu com vômitos, anorexia e disfagia sendo submetido a endoscopia digestiva alta, demonstrando, pangastrite enantematosa intensa e bulboduodenite erosiva. As biópsias de corpo e antro gástrico evidenciaram gastrite e duodenite crônica moderada em atividade e presença de Strongyloides stercoralis. Iniciado tratamento com ivermectina.
Para complementação diagnóstica, submetido a TC de tórax com imagens sugestivas de tuberculose pulmonar, confirmada por teste rápido molecular em escarro. Iniciado tratamento com esquema RIPE.
Apresentou boa resposta com tratamentos instituídos. Recebeu alta para seguimento ambulatorial.
Conclusões/Considerações Finais
Apesar de ser uma infecção frequentemente leve, imunossuprimidos tem maior risco para o desenvolvimento de hiper-infecção, aumentando a mortalidade. Portanto, imunodeprimidos que apresentam risco aumentado de contrair estrongiloidíase devem ter um acompanhamento clínico laboratorial para evitar a forma grave dessa doença.
Palavras Chave
Estrongiloidíase, Strongyloides stercoralis, Hospedeiro Imunocomprometido.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Centro Universitário São Camilo - São Paulo - Brasil
Autores
MARIALDO AUGUSTO CORDEIRO DE SOUZA JUNIOR, JULIA GOMES DE MACEDO VIEIRA, FELIPE GONÇALVES JACOMETTI, RODRIGO DOS SANTOS MORAES