Dados do Trabalho
Título
NEUROCRIPTOCOCOSE EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO DEVIDO LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO: UM RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
Introdução: A neurocriptococose é a apresentação mais comum da criptococose, com maior prevalência nos pacientes vivendo com HIV, mas também presente nos pacientes reumáticos imunossuprimidos. Quadro de cefaleia, alteração comportamental e de memória, e febre evoluem ao longo de 2 a 4 semanas, sendo a hidrocefalia mais observada em não infectados por HIV.
Objetivos
Objetivos: Descrever quadro de neurocriptococose em paciente não infectada por vírus HIV, com imunossupressão por glicocorticoide e azatioprina, devido lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Delineamento e Métodos
Métodos: Relato de caso.
Resultados
Descrição do caso: Paciente feminina, 38 anos, portadora de LES há 19 anos, em uso de hidroxicloroquina 400 mg/dia, prednisona 5 mg/dia e azatioprina 2 mg/kg/dia, procura atendimento por cefaleia há 6 semanas, a princípio tomografia computadorizada (TC) de crânio e punção lombar (PL) sem alterações. Retorna ao atendimento após 4 semanas por manutenção da cefaleia associada a fadiga e febre nos últimos 5 dias. Já na internação evoluiu com nistagmo bilateral unidirecional esquerdo, tremores finos de membros superiores, dor e rigidez cervical discreta. Hemograma com linfopenia importante (56 linfócitos), provas inflamatórias e complementos C3 e C4 normais, sorologias para sífilis, hepatites, EBV, CMV e HIV negativas. Ressonância magnética de crânio sem alterações e TC de tórax com cavitação em lobo médio direito. Submetida a nova PL, com pressão de abertura aumentada, evidenciados fungos na pesquisa à fresco e leveduras em microscopia óptica, culturas de líquor positivas para Cryptococcus neoformans. Iniciada anfotericina B por 29 dias, trocada por anfotericina B lipossomal por alteração de função renal. Necessitou de repetidas PL por hidrocefalia, com pressão de abertura em queda ao longo dos dias de tratamento. Após uso de anfotericina por 32 dias, evoluiu com melhora dos sintomas neurológicos, sem disfunção renal permanente.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusões: O curso insidioso da neurocriptococose dificulta a suspeita clínica, principalmente em pacientes não HIV e sem fatores de risco para imunodeficiências. O uso de corticoides e azatioprina podem ser significativos, ainda que em doses baixas, devido ao longo tempo de exposição. Diante disso, reconhecer as possíveis apresentações e pacientes com maior risco faz-se necessário para o sucesso do tratamento e reabilitação das possíveis sequelas.
Palavras Chave
Descritores: neurocriptococose; lúpus eritematoso sistêmico; glicocorticoide; azatioprina.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Complexo de Saúde São João de Deus - Minas Gerais - Brasil
Autores
ANA PAULA FURTADO SANTOS, BRUNA XISTO MESQUITA DE OLIVEIRA, GABRIEL HENRICH MARQUES GONÇALVES, LARA GOULART PEREIRA, IHAN BRUNO LOPES RABELO